No dia 16, correu a informação de que no Biotério
(local para criação e morte de cobaias) desta universidade encontravam-se 1200
ratos e camundongos famintos e em estado de higiene lamentável. A informação
correu na mídia e tomou destaque nos principais meios televisivos, reduzindo a
ocupação e as reivindicações de cinco anos à um episódio pontual oportunista e
desvirtuado. “1200 ratos e camundongos serão mortos pelos estudantes!”, diziam
as reportagens. Mas será que essa informação era verdadeira? Seriam 1200?
Seriam mortos por nós? Estavam com fome?
Durante três anos um estudante
desenvolveu pesquisa monográfica neste assunto, e nunca conseguiu nenhuma
informação da quantidade de animais criados e utilizados nesta universidade. De
uma hora para outra, o movimento reacionário contra-ocupação, decide lançar
esse dado dúbio e junto consigo um apelo sensacionalista que se configura como
mais uma estratégia de desmobilização. Sem saber ao certo o número de ratos e
camundongos, de uma coisa tínhamos certeza: eles não seriam mortos por nós,
pois já foram pensados e marcados para morrer antes mesmo de nascer, são as
velhas cobaias científicas que perdem suas vidas para servir ao ser humano.
Colocando ainda em questão a
divulgação de informações falaciosas por parte da reitoria, durante o mesmo dia
em que inviabilizamos o funcionamento da universidade, o médico veterinário e
coordenador do biotério, Sr. Orestes, adentrou na UEFS – esquivando-se da
barricada, e permaneceu dentro dela por toda tarde. Acreditamos que pela função
da profissão exercida, ele teria alimentado estes ratos neste dia. Porém, o que
foi divulgado pelo grupo de oportunistas dos contra-ocupação, foi que os ratos
passavam fome.
Mas se passavam fome estes ditos
1200 ratos e camundongos, também poderiam estar passando fome a população de
mais de 70 gatos e 10 cachorros, os quatro cavalos, as 40 gias e algumas
dezenas de animais peçonhentos, como as serpentes. Mas porque só os 1200 ratos
e camundongos passavam fome segundo informações da própria reitoria? Não
podemos analisar esse fato sem articulá-lo à uma jogada política de
sensacionalismo e oportunismo por parte da reitoria, já que o ambiente do
biotério é fechado, enquanto outros são passiveis de observação, ou seja, como
comprovar que os animais do biotério estavam realmente nesta situação informada
pela reitoria?
Concluímos, portanto, que a
dimensão dada aos animais do biotério, tão fomentada pela mídia e tão
ressaltada pela Administração Superior não são mais do que uma estratégia de
deslocar o foco da discussão e subverter a negociação pretendida pelo
movimento. Uma tática, a nosso ver,
retaliadora e evasiva, na medida em que pretende mobilizar a opinião pública a
partir de fatos com esse apelo emocional. Dizemos, de toda forma, que apesar da
sujeira e manipulação instaurada, no dia 17/04 , foi negociado que funcionários
responsáveis pela manutenção dos animais realizassem a alimentação e higiene
dos mesmos, como precaução de maiores prejuízos. Importante destacar também que
em meio a negociação, esta possibilidade só seria real para reitoria caso os
estudantes não acompanhassem o procedimento interno dos funcionários no
biotério: indício de que algo de estranho ou comprometedor estaria ocorrendo no
local (CONFIRA LINK DO VÍDEO ABAIXO).
Enfatizamos finalmente que este
movimento não está disposto a ter suas pautas diluídas nessa sopa de calúnias!
Que fique claro, dito em alto e bom som que “NOSSA PAUTA NÃO É RATO, É COMIDA
NO PRATO!” Com a ressalva de que as condições para tanto, transcendem o quesito
“comida”, na medida em que tocamos em pontos estruturantes e precedentes mas
que, como se pode ver, só tem recebido da reitoria o descaso e a evasão!
Conheça nossas VERDADEIRAS pautas:
1)
Fim do Burguesão para ampliar o bandejão;
2)
Extensão da gratuidade do bandejão para tod@s @s estudantes;
3)
Funcionamento do bandejão aos finais de semana;
4)
Por um modelo de gestão pública coerente com uma universidade realmente pública.