Não há dúvida de que as últimas
ações da Reitoria/+UEFS se configuram como um jogo de conveniências e mentiras associado a uma política proposital de
terror. Primeiro, quando foi oportuno que se ignorasse a existência de uma Ocupação
esta foi ignorada. Depois, antecedendo o vestibular, quando não lhes era
conveniente ter um grupo de estudantes ocupando um restaurante, a reitoria
simplesmente passou por cima do regimento da UEFS e da política “democrática” e
de não violência do +UEFS para tentar uma desocupação forçada, que recebeu o
repúdio dos estudantes organizados em uma Assembléia
Geral Estudantil (AGE). No decorrer deste processo a política
de terror orquestrada pela gestão +UEFS continua com retaliações e
criminalizações ao movimento estudantil: cortes de água e luz, inviabilização
da alimentação com a retirada dos botijões de gás do restaurante, torneiras
externas quebradas e, de maneira ainda mais explícita, com a exclusão de
fiscais do vestibular por serem simpatizantes ao movimento, que foram
constrangidos publicamente e escancaradamente ameaçados com esta ação.
Passado o período de vestibular,
a reitoria, que aparentemente não tem motivo algum para se preocupar com a
existência de uma ocupação, mais uma vez torna conveniente deixá-la cair no esquecimento. Ainda mais conveniente é deixar os estudantes
acreditarem que com a desocupação do Coletivo Rapinagem o restaurante voltaria
a funcionar imediatamente e com as pautas garantidas. Sabe-se, portanto, que
este movimento denunciou descumprimentos essenciais do contrato,
infra-estruturas decadentes de funcionamento e condições inexistentes de
higiene, culminando numa ação movida ao Ministério Público para tomada de
providências. Será mesmo que a reitoria acha
que nós vamos deixar que se esqueça de tudo o que já foi e ainda está sendo
denunciado? Pior que isso é organizar um jogo político de inverdades e se
esconder diante de uma fala democrática de consulta as instâncias
representativas (SINTEST, ADUFS e DCE), consulta esta que já sinalizou a
conquista da pauta que tanto polemizou o debate: FIM IMEDIATO DO
SELF-SERVICE/BURGUESÃO. Já que a ADUFS e duas AGE’s já se posicionaram a favor deste
fim agora e somente o SINTEST se posicionou de forma neutra, porém também
favorável ao fim, mesmo que o aceitando para o próximo contrato.
Temos então uma
negociação fantasma, transtornos na permanência universitária, uma Ocupação
caindo em esquecimento, e a criação de um senso de que tudo que está e já
aconteceu foi nada ou que é normal. E
sabe qual é o problema disso, reitoria? Existem mais de nove mil estudantes
sendo prejudicados com o não funcionamento do R.U. e que não se esquecem de que
a precária fonte de alimentação deles foi retirada pela gestão ineficaz do
+UEFS/Reitoria, que insiste em não negociar um retorno em condições dignas de
alimentação. A reitoria escreveu em nota do dia 18 de abril com relação ao fim
do burguesão: “comprometemo-nos a
convocar imediatamente as entidades representativas das categorias para que, em
45 dias, tenhamos subsídios democráticos e legítimos para uma tomada de decisão”.
Já se passaram 112 dias!!! As entidades das categorias já emitiram essa decisão.
Mas então por que nossos impasses ainda
não se resolveram? Voltamos a indagar: O
que falta agora, seu reitor? Observamos que já se tornou explícita a tod@s
da comunidade acadêmica a política “muito conveniente” e de terror com que a reitoria
(BEM ALIMENTADA) vem tratando os fatos. Denunciamos o descaso!
COLETIVO RAPINAGEM, 02 DE AGOSTO DE 2012.