quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CARTA-DENÚNCIA ABERTA (O DESCASO DOS BEM ALIMENTADOS)


Não há dúvida de que as últimas ações da Reitoria/+UEFS se configuram como um jogo de conveniências e mentiras associado a uma política proposital de terror. Primeiro, quando foi oportuno que se ignorasse a existência de uma Ocupação esta foi ignorada. Depois, antecedendo o vestibular, quando não lhes era conveniente ter um grupo de estudantes ocupando um restaurante, a reitoria simplesmente passou por cima do regimento da UEFS e da política “democrática” e de não violência do +UEFS para tentar uma desocupação forçada, que recebeu o repúdio dos estudantes organizados em uma Assembléia Geral Estudantil (AGE). No decorrer deste processo a política de terror orquestrada pela gestão +UEFS continua com retaliações e criminalizações ao movimento estudantil: cortes de água e luz, inviabilização da alimentação com a retirada dos botijões de gás do restaurante, torneiras externas quebradas e, de maneira ainda mais explícita, com a exclusão de fiscais do vestibular por serem simpatizantes ao movimento, que foram constrangidos publicamente e escancaradamente ameaçados com esta ação.
Passado o período de vestibular, a reitoria, que aparentemente não tem motivo algum para se preocupar com a existência de uma ocupação, mais uma vez torna conveniente deixá-la cair no esquecimento. Ainda mais conveniente é deixar os estudantes acreditarem que com a desocupação do Coletivo Rapinagem o restaurante voltaria a funcionar imediatamente e com as pautas garantidas. Sabe-se, portanto, que este movimento denunciou descumprimentos essenciais do contrato, infra-estruturas decadentes de funcionamento e condições inexistentes de higiene, culminando numa ação movida ao Ministério Público para tomada de providências. Será mesmo que a reitoria acha que nós vamos deixar que se esqueça de tudo o que já foi e ainda está sendo denunciado? Pior que isso é organizar um jogo político de inverdades e se esconder diante de uma fala democrática de consulta as instâncias representativas (SINTEST, ADUFS e DCE), consulta esta que já sinalizou a conquista da pauta que tanto polemizou o debate: FIM IMEDIATO DO SELF-SERVICE/BURGUESÃO. Já que a ADUFS e duas AGE’s já se posicionaram a favor deste fim agora e somente o SINTEST se posicionou de forma neutra, porém também favorável ao fim, mesmo que o aceitando para o próximo contrato.
Temos então uma negociação fantasma, transtornos na permanência universitária, uma Ocupação caindo em esquecimento, e a criação de um senso de que tudo que está e já aconteceu foi nada ou que é normal. E sabe qual é o problema disso, reitoria? Existem mais de nove mil estudantes sendo prejudicados com o não funcionamento do R.U. e que não se esquecem de que a precária fonte de alimentação deles foi retirada pela gestão ineficaz do +UEFS/Reitoria, que insiste em não negociar um retorno em condições dignas de alimentação. A reitoria escreveu em nota do dia 18 de abril com relação ao fim do burguesão: “comprometemo-nos a convocar imediatamente as entidades representativas das categorias para que, em 45 dias, tenhamos subsídios democráticos e legítimos para uma tomada de decisão”. Já se passaram 112 dias!!! As entidades das categorias já emitiram essa decisão. Mas então por que nossos impasses ainda não se resolveram? Voltamos a indagar: O que falta agora, seu reitor? Observamos que já se tornou explícita a tod@s da comunidade acadêmica a política “muito conveniente” e de terror com que a reitoria (BEM ALIMENTADA) vem tratando os fatos. Denunciamos o descaso!

COLETIVO RAPINAGEM, 02 DE AGOSTO DE 2012.