domingo, 8 de julho de 2012

EM REPÚDIO AOS ATOS DE REPRESSÃO NA UEFS (BANDO ANUNCIADOR)


“...Eu vejo o futuro repetir o passado,
eu vejo um museu de grandes novidades...”

Depois de quase 90 dias de ocupação do Restaurante Universitário da UEFS, a reitoria optou por uma ação repressiva e unilateral de desocupação violenta do R.U.. Diante do ocorrido, viemos por meio desta carta, repudiar  tais medidas e denunciar seu caráter autoritário e truculento.
Na manhã do dia 5 de julho, cerca de 60 vigilantes cercaram o R.U. com grades de ferro impendindo a entrada de qualquer estudante na ocupação, causando o isolamento de  estudantes que estavam nesse espaço, o que criou um clima de tensão e terror. Durante o cerco a administração superior, em ato de extrema desumanidade e desrespeito, ordenou o corte de água, luz e gás, e impediu a entrada de alimentação com o objetivo de forçar a saída dos ocupantes do espaço.  Para piorar o cenário de terror orquestrado pela reitoria, ordenou-se a “operação madeirite”, que consistia em forçar o isolamento total daqueles ocupantes lacrando as janelas e portas de  modo a reforçar a incomunicabilidade, a fome e a atmosfera de pânico, numa atitude digna da era Onofre.
Momentos de tensão foram constantes e contaram com situações de atrito nos quais alguns estudantes sofreram agressões as mais diversas, físicas, psicológicas e morais. Mulheres foram covardemente agredidas por seguranças armados, e foram registrados casos de manifestações homofóbicas e racistas. Estudantes foram feridos nos embates com os seguranças que de forma truculenta tentavam impedir a entrada de comida, água e medicamentos. Ações essas incitadas, reforçadas e PRATICADAS também por alguns professores ligados à administração central.
Tais atitudes foram repudiadas por boa parte de estudantes que compreendem que atos autoritários como esse não condizem com o ideal de universidade democrática e plural. E por isto mesmo configurou-se uma teia de solidariedade, expressa no apoio aos sitiados em forma de vigilias, fornecimento de água e alimentos, e até em enfrentamento corporal. A repercussão negativa em alguns setores da imprensa e veemente condenação por parte de setores dos movimentos sociais, além da própria resistência dos sitiados que destruiram os madeirites, fizeram a reitoria recuar na ofensiva.
No segundo dia de sitio aconteceu uma Asembléia Geral dos Estudantes (AGE) que decidiu pelo repúdio a atitude tomada pela administração central da UEFS e exigiu a retirada do cerco policialesco. Nessa assembleia foi definida uma pauta na perspectiva de que as saídas para os atuais impasses devem passar necessariamente pelo DIÁLOGO e NEGOCIAÇÃO, caminhos para sepultarmos heranças antigas que em nada condizem com o que entendemos por universidade e que não mais devem ter espaço.

08 de julho de 2012
Bando Anunciador
Feira de Santana, Bahia

Um comentário:

Anônimo disse...

Auto gestão NE, em apoio ao movimento ocupa bandejão.