sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tentativa forçada de desocupação


A gestão Zé Carlos mostrou hoje sua verdadeira face. Desconstruindo por completo o mito democrático, na tentativa falida de uma desocupação forçada do grupo Rapinagem, a postura da Reitoria apenas revelou que o grupo há tempos vinha denunciando: quão falseada foi a disposição e crença da Administração Central para o diálogo.
Próximo ao período do vestibular – e com uma tremenda pressa de “resolver” o impasse da Questão Bandejão –, a Reitoria tentou, numa atitude explicitamente desesperada, forçar uma desocupação por parte do Coletivo como se isto fosse a medida resolutiva dos atuais problemas, o que é engraçado: afinal, três meses se passaram, tempo mais que suficiente para resolver a questão, e não houve nenhuma atitude efetiva de negociação da Reitoria, e agora, num momento crucial para a Administração, ocorre uma suposta tentativa de resolução à curto prazo.
Para qualquer ser crítico não há como haver negociação sob as contigências impostas hoje pela Reitoria. Cerco de barreiras de ferro e práticas de inanição foram apenas algumas das táticas usadas. Dezenas de seguranças – que, aliás, muitos foram contratados sem ter experiência alguma na área (estavam apenas fazendo “bico” como revelado por alguns) –, colocam em risco a segurança não só dos estudantes ocupados como também dos que estão externamente se solidarizando com a nossa reivindicação. Entendemos que esta ação fere o próprio Regimento Interno da Universidade pelo fato deles não serem capacitados ao serviço que prestam, além de que o uso de seguranças patrimoniais para tais fins não é legítimo.
O cúmulo dos eventos se deu à partir do fim da tarde quando placas bastante grossas de maderite foram usadas para fechar as vias de acesso do RU. Num ato de repúdio, estudantes dos mais variados se uniram à causa retirando as barreiras por fora, enquanto o Coletivo as empurrando por dentro. Não necessariamente por apoiarem o movimento de ocupação, mas por se enojarem diante das ações repressivas tomadas hoje pela Reitoria, esses estudantes foram fundamentais no processo de resistência dessa ocupação.
Diferentemente do coro que só sabe dizer “fora Rapinagem”, ficou claro hoje para aqueles que acompanham todos os acontecimentos, que a gestão Mais Uefs não sustenta a tônica democracia-diálogo-negociação.
Diante de uma suposta mesa de negociação onde nada foi acertado, e onde a Administração se fez, mais uma vez, de desentendida com relação às nossas causas. Diante do apoio recebido, em prática, por estudantes conscientes da repressão antidemocrática realizada pelo Reitor. E diante do apoio de entidades representativas estudantis da Uefs, que coadunam com nossa pauta. Explicitamos, fim do Burguesão é pré-requisito para o fim da ocupação. Esta é nossa pauta primordial e sem ela ganha nada do feito até agora teria sentido.
Exigimos uma postura de negociação em que sejam apresentados fatos concretos por parte da Reitoria, e não mais promessas, e que possam ser encaminhados à partir do que for negociado. Queremos uma resolução efetiva e nada mais de joguinhos e medidas resolutivas instantâneas. É a hora de projetarmos um Bandejão de qualidade que atenda a demanda de todos(as), independente de categoria acadêmica ou classe privilegiada.

COLETIVO RAPINAGEM

Um comentário:

Unknown disse...

revoltante e desde já força ao movimento continue lutando a democracia é maior do que esses tiranos camuflados...