A gestão Zé
Carlos mostrou hoje sua verdadeira face. Desconstruindo por completo o mito
democrático, na tentativa falida de uma desocupação forçada do grupo Rapinagem,
a postura da Reitoria apenas revelou que o grupo há tempos vinha denunciando:
quão falseada foi a disposição e crença da Administração Central para o
diálogo.
Próximo ao
período do vestibular – e com uma tremenda pressa de “resolver” o impasse da
Questão Bandejão –, a Reitoria tentou, numa atitude explicitamente desesperada,
forçar uma desocupação por parte do Coletivo como se isto fosse a medida
resolutiva dos atuais problemas, o que é engraçado: afinal, três meses se
passaram, tempo mais que suficiente para resolver a questão, e não houve
nenhuma atitude efetiva de negociação da Reitoria, e agora, num momento crucial
para a Administração, ocorre uma suposta tentativa de resolução à curto prazo.
Para qualquer
ser crítico não há como haver negociação sob as contigências impostas hoje pela
Reitoria. Cerco de barreiras de ferro e práticas de inanição foram apenas
algumas das táticas usadas. Dezenas de seguranças – que, aliás, muitos foram
contratados sem ter experiência alguma na área (estavam apenas fazendo “bico”
como revelado por alguns) –, colocam em risco a segurança não só dos estudantes
ocupados como também dos que estão externamente se solidarizando com a nossa
reivindicação. Entendemos que esta ação fere o próprio Regimento Interno da
Universidade pelo fato deles não serem capacitados ao serviço que prestam, além
de que o uso de seguranças patrimoniais para tais fins não é legítimo.
O cúmulo dos
eventos se deu à partir do fim da tarde quando placas bastante grossas de
maderite foram usadas para fechar as vias de acesso do RU. Num ato de repúdio,
estudantes dos mais variados se uniram à causa retirando as barreiras por fora,
enquanto o Coletivo as empurrando por dentro. Não necessariamente por apoiarem
o movimento de ocupação, mas por se enojarem diante das ações repressivas
tomadas hoje pela Reitoria, esses estudantes foram fundamentais no processo de
resistência dessa ocupação.
Diferentemente
do coro que só sabe dizer “fora Rapinagem”, ficou claro hoje para aqueles que
acompanham todos os acontecimentos, que a gestão Mais Uefs não sustenta a
tônica democracia-diálogo-negociação.
Diante de uma
suposta mesa de negociação onde nada foi acertado, e onde a Administração se
fez, mais uma vez, de desentendida com relação às nossas causas. Diante do
apoio recebido, em prática, por estudantes conscientes da repressão
antidemocrática realizada pelo Reitor. E diante do apoio de entidades
representativas estudantis da Uefs, que coadunam com nossa pauta. Explicitamos,
fim do Burguesão é pré-requisito para o fim da ocupação. Esta é nossa pauta
primordial e sem ela ganha nada do feito até agora teria sentido.
Exigimos uma
postura de negociação em que sejam apresentados fatos concretos por parte da
Reitoria, e não mais promessas, e que possam ser encaminhados à partir do que
for negociado. Queremos uma resolução efetiva e nada mais de joguinhos e
medidas resolutivas instantâneas. É a hora de projetarmos um Bandejão de
qualidade que atenda a demanda de todos(as), independente de categoria acadêmica
ou classe privilegiada.
COLETIVO RAPINAGEM
Um comentário:
revoltante e desde já força ao movimento continue lutando a democracia é maior do que esses tiranos camuflados...
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