domingo, 9 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Desocupação do Restaurante Self-service/Burguesão pelo Coletivo Rapinagem
Comunicamos que hoje,
segunda-feira (03/09), o Coletivo
Rapinagem encerrou a ocupação do restaurante self-service/Burguesão da Universidade Estadual de Feira de Santana,
que durou cento e quarenta e cinco dias. Ao longo de quase cinco meses de
ocupação e resistência às políticas repressivas do Mais Uefs, conseguimos garantir
TODOS os pontos de pauta. Entre as
conquistas destacamos: a) realocação do self-service/Burguesão,
até então anexo do Restaurante Universitário/Bandejão, o que permitirá a
ampliação do espaço físico deste e garantirá melhor qualidade da alimentação; b)
funcionamento do R.U. nos finais de semana, feriados e feriadões; c) aumento do
número de cotas e bolsas alimentação nas três refeições diárias, representando
os subsídios parciais e integrais respectivamente; d) garantia de um Núcleo Permanente
de Fiscalização da qualidade da alimentação, bem como das condições de higienização
e de infra-estrutura do espaço; e e) formação de uma comissão responsável pelo
estudo das condições necessárias para a implementação de uma Gestão Pública, a
médio e longo prazo, no R.U., onde desde os funcionários ao próprio
abastecimento do restaurante serão de responsabilidade da Universidade.
Apesar das
retaliações já estarem acontecendo há algum tempo contra os membros do
Coletivo, permanecemos durante todo esse tempo para que toda a nossa pauta
fosse alcançada. Cabe agora à Administração Superior promover as condições
necessárias para reabertura do R.U. o mais breve possível.
Coletivo Rapinagem
03/09/2012
Da Saída do Coletivo Rapinagem do Restaurante Self-service/Burguesão
Vale
ressaltar que o Coletivo Rapinagem ocupou o restaurante self-service, também acunhado de Burguesão, e não o Restaurante Universitário/Bandejão.
Por que repetir isto? Esta informação é muito importante, pois é ela que valida
e simboliza todo o nosso processo de luta, nossos motivos e nossas causas, que
não foram simplesmente exigir melhor qualidade de comida e serviço, o que já a
tornaria justa, mas também demonstrar as contingências que mantinham a precarização
do Bandejão como condição sine qua non
para a manutenção do Burguesão, e a lógica lucrativa que há por detrás desta. Quebras contratuais, não cumprimento do
cardápio, falhas no atendimento, incapacidade de atender minimamente as demandas,
denúncias sobre irregularidades no funcionamento, além do inadequado
armazenamento de alimentos e total falta de higiene tanto do ambiente quanto
dos utensílios, alimentos, aparelhos, entre outros, foram todos pontos críticos
que este grupo sempre denunciou e estão entre as razões públicas do fechamento
do restaurante.
Ao
longo destes mais de quatro meses de Ocupação, o que correspondeu a todo o
período letivo do presente semestre 2012.1, resistimos e, sobretudo, tentamos o
máximo possível manter as discussões, convocar a Administração para negociações,
pressionar para que as mesmas acontecessem, e divulgar todos os passos dados por
nós, pela Reitoria e pelas demais categorias representativas universitárias – prova
disso foi toda a nossa movimentação publicitária em torno do nosso blog, das redes
sociais tais como o facebook, de impressões e panfletagem de cartas e notas
abertas à toda a comunidade acadêmica e dos variados atos públicos promovidos dentro
do âmbito acadêmico.
A
maioria dos pontos de pauta já gozavam do comprometimento da Reitoria, tais
como: o funcionamento do R.U. nos finais de semana e feriados, o aumento do
número das bolsas alimentação, sejam integrais ou parciais, e a formação de um
núcleo permanente de fiscalização para assegurar a qualidade
da comida servida, da higienização e das condições físicas do ambiente do restaurante, em substituição da antiga comissão de
Boas Práticas que se mostrou ineficaz para o mesmo papel, e houve avanço nas
discussões sobre Gestão Pública.
Após
a assinatura do Termo de Compromisso tirado na última AGE do dia 06 de julho,
nesta última sexta-feira (31/08) pela Reitoria, o ponto de pauta mais polêmico
desde sempre, acerca do fim do restaurante self-service/Burguesão
no presente espaço, foi garantido com um acordo entre as partes pela realocação
imediata do mesmo. Isto, mais a garantia de outros termos, como a formação de
uma Comissão Avaliadora do espaço físico do restaurante para a saída do
Coletivo, permitiu as condições para o desfecho de um processo de luta que está
prestes a se encerrar.
A
Desocupação do espaço do self-service
está prevista para a próxima segunda-feira (03/09), quando se encerra
definitivamente as atividades de negociação e inicia o processo de reabertura
do Bandejão com o cumprimento das garantias acertadas pela Administração
Central.
COLETIVO RAPINAGEM, 31 de
agosto de 2012.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
CARTA-DENÚNCIA ABERTA (O DESCASO DOS BEM ALIMENTADOS)
Não há dúvida de que as últimas
ações da Reitoria/+UEFS se configuram como um jogo de conveniências e mentiras associado a uma política proposital de
terror. Primeiro, quando foi oportuno que se ignorasse a existência de uma Ocupação
esta foi ignorada. Depois, antecedendo o vestibular, quando não lhes era
conveniente ter um grupo de estudantes ocupando um restaurante, a reitoria
simplesmente passou por cima do regimento da UEFS e da política “democrática” e
de não violência do +UEFS para tentar uma desocupação forçada, que recebeu o
repúdio dos estudantes organizados em uma Assembléia
Geral Estudantil (AGE). No decorrer deste processo a política
de terror orquestrada pela gestão +UEFS continua com retaliações e
criminalizações ao movimento estudantil: cortes de água e luz, inviabilização
da alimentação com a retirada dos botijões de gás do restaurante, torneiras
externas quebradas e, de maneira ainda mais explícita, com a exclusão de
fiscais do vestibular por serem simpatizantes ao movimento, que foram
constrangidos publicamente e escancaradamente ameaçados com esta ação.
Passado o período de vestibular,
a reitoria, que aparentemente não tem motivo algum para se preocupar com a
existência de uma ocupação, mais uma vez torna conveniente deixá-la cair no esquecimento. Ainda mais conveniente é deixar os estudantes
acreditarem que com a desocupação do Coletivo Rapinagem o restaurante voltaria
a funcionar imediatamente e com as pautas garantidas. Sabe-se, portanto, que
este movimento denunciou descumprimentos essenciais do contrato,
infra-estruturas decadentes de funcionamento e condições inexistentes de
higiene, culminando numa ação movida ao Ministério Público para tomada de
providências. Será mesmo que a reitoria acha
que nós vamos deixar que se esqueça de tudo o que já foi e ainda está sendo
denunciado? Pior que isso é organizar um jogo político de inverdades e se
esconder diante de uma fala democrática de consulta as instâncias
representativas (SINTEST, ADUFS e DCE), consulta esta que já sinalizou a
conquista da pauta que tanto polemizou o debate: FIM IMEDIATO DO
SELF-SERVICE/BURGUESÃO. Já que a ADUFS e duas AGE’s já se posicionaram a favor deste
fim agora e somente o SINTEST se posicionou de forma neutra, porém também
favorável ao fim, mesmo que o aceitando para o próximo contrato.
Temos então uma
negociação fantasma, transtornos na permanência universitária, uma Ocupação
caindo em esquecimento, e a criação de um senso de que tudo que está e já
aconteceu foi nada ou que é normal. E
sabe qual é o problema disso, reitoria? Existem mais de nove mil estudantes
sendo prejudicados com o não funcionamento do R.U. e que não se esquecem de que
a precária fonte de alimentação deles foi retirada pela gestão ineficaz do
+UEFS/Reitoria, que insiste em não negociar um retorno em condições dignas de
alimentação. A reitoria escreveu em nota do dia 18 de abril com relação ao fim
do burguesão: “comprometemo-nos a
convocar imediatamente as entidades representativas das categorias para que, em
45 dias, tenhamos subsídios democráticos e legítimos para uma tomada de decisão”.
Já se passaram 112 dias!!! As entidades das categorias já emitiram essa decisão.
Mas então por que nossos impasses ainda
não se resolveram? Voltamos a indagar: O
que falta agora, seu reitor? Observamos que já se tornou explícita a tod@s
da comunidade acadêmica a política “muito conveniente” e de terror com que a reitoria
(BEM ALIMENTADA) vem tratando os fatos. Denunciamos o descaso!
COLETIVO RAPINAGEM, 02 DE AGOSTO DE 2012.
terça-feira, 10 de julho de 2012
O que falta agora, Reitor? (Carta do Rapinagem sobre o Possível Fim da Ocupação nesta Quarta).
Próximo aos 90 dias de ocupação
do Restaurante Universitário da UEFS, e sem saber como resolver a situação, que
para o reitor foi como uma pedra no sapato, a Administração Central revela
escancaradamente sua postura autocrática de gerir. Mesmo após a retirada das
barreiras paramilitares de proteção e dos mais de cinquenta seguranças
contratados – obra da deliberação estudantil conquistada em AGE –, o Coletivo
Rapinagem e o contingente estudantil que o apóia permaneceram por todos esses
últimos dias sem o devido abastecimento de água e luz do prédio, numa talvez
não tão clara, mas não menos repulsiva, mostra de autoritarismo.
Vale lembrar que essa Ocupação é
consequência direta de um não-diálogo
de cinco anos, o que temos como comprovar. Sempre por detrás de um discurso
altamente democrático, Zé Carlos se propôs, num ato de desespero, ao ridículo
de tomar iniciativas completamente destoantes de todo seu suposto aparato
ideológico de gestão sustentado até agora.
A vantagem desses últimos acontecimentos foi que, diante de todo o circo de
terror, agregamos diversos estudantes, e dos mais variados, que ficaram
horrorizados durante toda a tentativa de desocupação forçada. A comunidade estudantil foi ao local
certamente para ver o posicionamento do Rapinagem submetido àquela situação e,
aparentemente, não só se comoveram como também entenderam finalmente a nossa
luta – para os que estavam em cima do muro, sem uma opinião formada, estes dias
foram fundamentais para que compreendessem a real conjuntura política desta universidade.
Ainda no primeiro dia de
tentativa frustrada de retirada dos ocupantes do restaurante Burguesão, quando
as ordens dadas pela reitoria chegaram ao cúmulo de mandar sitiar todos lá
dentro com placas de maderite, pessoas do lado de fora se juntaram numa espécie
de contra-movimento. Os estudantes
resistiram juntamente com o Coletivo e foram, sem sombra de dúvidas, essenciais
para a manutenção da luta – devemos inclusive nossos muitos obrigados à
colaboração de todos.
No segundo dia, a aglomeração de
pessoas se deu no intuito de que ocorresse uma Assembleia Geral dos Estudantes
(AGE). Aconteceu a AGE, mas muito diferente do que seria o pior a esperar – a
deliberação para um ato de desocupação, por exemplo – foram tiradas dela: uma
moção em repúdio aos atos repressivos da reitoria; apoio ao Coletivo,
principalmente no que concerne ao seu principal ponto de pauta: fim do
Burguesão imediato; exigência do fim do cerco e dos seguranças para que
houvesse, de fato, negociação; e um ato para reunião na reitoria para, enfim,
pressioná-la a uma resolução.
Após longa demora, o reitor
apareceu, a reunião ocorreu, mas nada se resolveu. Em nota publicada, a
reitoria se pronuncia da seguinte forma: “a
decisão da assembleia estudantil dificulta o processo de restauração da
normalidade no serviço de alimentação no Restaurante Universitário”, o que
sinceramente não entendemos. Como foi dito pelo próprio vice-reitor Genival
Corrêa de Souza, na mesa de negociação ocorrida na última sexta-feira (06/07),
o que impossibilitaria a aceitação do fim imediato do Burguesão era o fato
desta não ser uma pauta dos estudantes, e sim de um grupo minoritário. Mas
mesmo após esta ter sido ampliada como pauta da categoria estudantil que, vale
salientar, já havia sido conquistada em AGE ocorrida na terça-feira 24 de abril
de 2012, a
Administração Central da Uefs ainda arranjou novas formas de postergar a
resolução da questão.
Em suma, a reitoria pede que os
sindicatos dos técnicos administrativos e dos docentes (Sintest e Adufs,
respectivamente) se reúnam novamente até a próxima quarta (11/07), dia em que
ocorrerá uma reunião entre as categorias e a administração, onde aquelas
deverão dar seu parecer acerca da questão Burguesão – o que não era de forma
alguma necessário, afinal, várias assembleias já foram realizadas há algum
tempo e o posicionamento dessas instâncias já é conhecido.
O que pretende então o nosso
magnífico reitor? Qual a próxima armação que devemos esperar? Sim, não é de se
duvidar uma nova trama, ainda mais para quem passou pelos últimos
acontecimentos. Mas muito além disso, alguns detalhes parecem não se encaixar,
deixando um ar de suspeita e levantando questionamentos, por exemplo: por que a reitoria que tanto queria concluir
a questão da Ocupação resolve esperar até quarta ainda, sendo que já tem todos
os recursos para tal fim em mãos? Por que decidem esperar mais?
Nos parece estranho, após cinco
anos de discussões burocráticas, três meses e nada de negociação, após as
medidas desesperadas e injustificáveis de desocupar à força, após nossa vitória
em resistir à opressão e em conquistar novos adeptos à pauta e após o apoio da
categoria estudantil, que a reitoria ainda queira esperar. O que será que eles planejam? Não excluímos a possibilidade de um
novo golpe.
Certo é que a próxima quarta será
o “Dia D” da UEFS, o dia para reafirmarmos nossa pauta, nossa luta e nossa
conquista. Na última AGE, o DCE perdeu em sua defesa de realocação do Burguesão
para depois, porém são eles que representam a categoria estudantil legalmente,
e mesmo contra esta pauta, o DCE estará na mesa de negociações. Acreditamos que
esta é a hora de TODA a comunidade de estudantes fazer um DIA GERAL DE LUTA E
MOBILIZAÇÃO PELO BANDEJÃO, PRESSIONANDO AS INSTÂNCIAS QUE
ESTARÃO NA MESA COM O REITOR PARA QUE HAJA O ATENDIMENTO DA PAUTA JÁ
DELIBERADA.
Não se trata de concordar ou não
com o Rapinagem, nem de achar certo ou não a Ocupação, mas de GERAR O MÁXIMO DE
PRESSÃO ESTUDANTIL POSSÍVEL, para que nesta quarta possamos findar o dia com a
certeza de que o nosso Bandejão voltará a funcionar e que esse self-service será retirado de seu atual
espaço para ampliar o nosso, como referendado pela AGE, que também conseguiu:
cotas aumentadas em todos os turnos e
funcionamento fiscalizado e estendido aos finais de semana garantidos,
além da pauta Gestão Pública bastante avançada. Com essa conquista poderemos
finalizar esta Ocupação e superar este quadro difícil que a todos afeta de
diferentes maneiras. Convocamos, pois, os e as estudantes, em geral, para uma
ampla mobilização em todo o dia de quarta-feira, o Dia D da UEFS.
Coletivo
Rapinagem, 09 de julho de 2012.
domingo, 8 de julho de 2012
EM REPÚDIO AOS ATOS DE REPRESSÃO NA UEFS (BANDO ANUNCIADOR)
“...Eu vejo o futuro repetir o passado,
eu
vejo um museu de grandes novidades...”
Depois de quase 90 dias de ocupação do
Restaurante Universitário da UEFS, a reitoria optou por uma ação repressiva e
unilateral de desocupação violenta do R.U.. Diante do ocorrido, viemos por meio
desta carta, repudiar tais medidas e denunciar
seu caráter autoritário e truculento.
Na manhã do dia 5 de julho, cerca de 60
vigilantes cercaram o R.U. com grades de ferro impendindo a entrada de qualquer
estudante na ocupação, causando o isolamento de estudantes que estavam nesse espaço, o que
criou um clima de tensão e terror. Durante o cerco a administração superior, em
ato de extrema desumanidade e desrespeito, ordenou o corte de água, luz e gás,
e impediu a entrada de alimentação com o objetivo de forçar a saída dos
ocupantes do espaço. Para piorar o
cenário de terror orquestrado pela reitoria, ordenou-se a “operação madeirite”,
que consistia em forçar o isolamento total daqueles ocupantes lacrando as
janelas e portas de modo a reforçar a
incomunicabilidade, a fome e a atmosfera de pânico, numa atitude digna da era
Onofre.
Momentos de tensão foram constantes e
contaram com situações de atrito nos quais alguns estudantes sofreram agressões
as mais diversas, físicas, psicológicas e morais. Mulheres foram covardemente
agredidas por seguranças armados, e foram registrados casos de manifestações
homofóbicas e racistas. Estudantes foram feridos nos embates com os seguranças
que de forma truculenta tentavam impedir a entrada de comida, água e
medicamentos. Ações essas incitadas, reforçadas e PRATICADAS também por
alguns professores ligados à administração central.
Tais atitudes foram repudiadas por boa
parte de estudantes que compreendem que atos autoritários como esse não
condizem com o ideal de universidade democrática e plural. E por isto mesmo
configurou-se uma teia de solidariedade, expressa no apoio aos sitiados em
forma de vigilias, fornecimento de água e alimentos, e até em enfrentamento
corporal. A repercussão negativa em alguns setores da imprensa e veemente
condenação por parte de setores dos movimentos sociais, além da própria
resistência dos sitiados que destruiram os madeirites, fizeram a reitoria
recuar na ofensiva.
No segundo dia de sitio aconteceu uma
Asembléia Geral dos Estudantes (AGE) que decidiu pelo repúdio a atitude tomada
pela administração central da UEFS e exigiu a retirada do cerco policialesco.
Nessa assembleia foi definida uma pauta na perspectiva de que as saídas para os
atuais impasses devem passar necessariamente pelo DIÁLOGO e NEGOCIAÇÃO,
caminhos para sepultarmos heranças antigas que em nada condizem com o que entendemos
por universidade e que não mais devem ter espaço.
08 de julho de 2012
Bando Anunciador
Feira de Santana, Bahia
Feira de Santana, Bahia
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Tentativa forçada de desocupação
A gestão Zé
Carlos mostrou hoje sua verdadeira face. Desconstruindo por completo o mito
democrático, na tentativa falida de uma desocupação forçada do grupo Rapinagem,
a postura da Reitoria apenas revelou que o grupo há tempos vinha denunciando:
quão falseada foi a disposição e crença da Administração Central para o
diálogo.
Próximo ao
período do vestibular – e com uma tremenda pressa de “resolver” o impasse da
Questão Bandejão –, a Reitoria tentou, numa atitude explicitamente desesperada,
forçar uma desocupação por parte do Coletivo como se isto fosse a medida
resolutiva dos atuais problemas, o que é engraçado: afinal, três meses se
passaram, tempo mais que suficiente para resolver a questão, e não houve
nenhuma atitude efetiva de negociação da Reitoria, e agora, num momento crucial
para a Administração, ocorre uma suposta tentativa de resolução à curto prazo.
Para qualquer
ser crítico não há como haver negociação sob as contigências impostas hoje pela
Reitoria. Cerco de barreiras de ferro e práticas de inanição foram apenas
algumas das táticas usadas. Dezenas de seguranças – que, aliás, muitos foram
contratados sem ter experiência alguma na área (estavam apenas fazendo “bico”
como revelado por alguns) –, colocam em risco a segurança não só dos estudantes
ocupados como também dos que estão externamente se solidarizando com a nossa
reivindicação. Entendemos que esta ação fere o próprio Regimento Interno da
Universidade pelo fato deles não serem capacitados ao serviço que prestam, além
de que o uso de seguranças patrimoniais para tais fins não é legítimo.
O cúmulo dos
eventos se deu à partir do fim da tarde quando placas bastante grossas de
maderite foram usadas para fechar as vias de acesso do RU. Num ato de repúdio,
estudantes dos mais variados se uniram à causa retirando as barreiras por fora,
enquanto o Coletivo as empurrando por dentro. Não necessariamente por apoiarem
o movimento de ocupação, mas por se enojarem diante das ações repressivas
tomadas hoje pela Reitoria, esses estudantes foram fundamentais no processo de
resistência dessa ocupação.
Diferentemente
do coro que só sabe dizer “fora Rapinagem”, ficou claro hoje para aqueles que
acompanham todos os acontecimentos, que a gestão Mais Uefs não sustenta a
tônica democracia-diálogo-negociação.
Diante de uma
suposta mesa de negociação onde nada foi acertado, e onde a Administração se
fez, mais uma vez, de desentendida com relação às nossas causas. Diante do
apoio recebido, em prática, por estudantes conscientes da repressão
antidemocrática realizada pelo Reitor. E diante do apoio de entidades
representativas estudantis da Uefs, que coadunam com nossa pauta. Explicitamos,
fim do Burguesão é pré-requisito para o fim da ocupação. Esta é nossa pauta
primordial e sem ela ganha nada do feito até agora teria sentido.
Exigimos uma
postura de negociação em que sejam apresentados fatos concretos por parte da
Reitoria, e não mais promessas, e que possam ser encaminhados à partir do que
for negociado. Queremos uma resolução efetiva e nada mais de joguinhos e
medidas resolutivas instantâneas. É a hora de projetarmos um Bandejão de
qualidade que atenda a demanda de todos(as), independente de categoria acadêmica
ou classe privilegiada.
COLETIVO RAPINAGEM
quinta-feira, 5 de julho de 2012
ESTAMOS sofrendo um processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, continuamos RESISTINDO!!!!
Neste exato momento ESTAMOS sofrendo um processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, e continuamos RESISTINDO!!!
Em processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, e continuamos RESISTINDO!!!
Em processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, e continuamos RESISTINDO!!!
QUE Divulguem-se as verdades!
Seguimos na resistência!!!
Em processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, e continuamos RESISTINDO!!!
Em processo de desocupação orquestrado pelo reitorado Mais UEFS, e continuamos RESISTINDO!!!
QUE Divulguem-se as verdades!
Seguimos na resistência!!!
Quem não ajuda, atrapalha!
“O DCE teoriza movimento estudantil, fala em popularização da
Universidade, mas em um momento de fervor, quando um coletivo luta por uma
causa, ele propõe uma desocupação.”
Temos desde o
dia 12 de abril um grupo de pessoas em ato de ocupação por pauta referente ao
Restaurante Universitário. Por uma universidade realmente popular, temos dentre
os diversos pontos:
a)
Aumento de cotas e bolsas alimentação, representando o
subsídio parcial e total, respectivamente, das refeições;
b)
Funcionamento aos finais de semana, atendendo não só
residentes, mas estudantes que moram no Feira VI, por exemplo;
c)
Passagem a uma Gestão Pública, sendo desde os
funcionários ao próprio abastecimento do restaurante responsabilidade da
Universidade; e
d)
Fim imediato do self-service
(Burguesão), o maior símbolo de como foi falho o projeto para um RU de
qualidade.
Ao que
parece, se ainda não houve consenso acerca da importância de se acabar já com o
espaço Burguesão, entre toda a comunidade acadêmica, é porque a questão está
sendo analisada por reflexões rasas. Por exemplo, não desconsideramos, em
momento algum, o fato de haver o direito das pessoas escolherem onde irão
almoçar. Também não pretendemos restringir, ou mesmo obrigar, que almocem todos
em um local específico. A questão Fim do
Burguesão envolve uma lógica mais eficaz que o estereotipado grupo de
estudantes lutando pela não divisão de classes.
O fato de uma
empresa (Sabor & Arte) ser atualmente a responsável pelos espaços do
Bandejão e do Self-service simultaneamente,
existindo ambos em mesmo prédio e dividindo a mesma cozinha, traz consigo a
seguinte regra: a manutenção do Burguesão e a qualidade da comida servida no
Bandejão são grandezas inversamente proporcionais, ou seja, para que haja
sentido a existência do Burguesão é imprescindível a precarização do Bandejão.
E, afinal, era o que vinha acontecendo: não havia comparação entre a comida
servida em um e em outro – a comida do Burguesão sempre melhor, claro, para que
quem tivesse dinheiro para pagar por ela tivesse acesso. Além disso: a) as
filas gigantescas, em pleno horário de meio-dia, que os estudantes encaravam,
chegando a passar, normalmente, mais de uma hora nelas, somente para que
pudessem entrar no espaço Bandejão; b) as não raras vezes, por exemplo, em que
havia apenas um funcionário responsável por registrar a entrada dos estudantes no
RU para o almoço, o que estava longe de suprir minimamente a demanda; e c) a longa
demora para completar o abastecimento da comida no local devido a ser servida
aos alunos, outra ineficiência para a demanda. Estes são, talvez, os exemplos
mais marcantes da situação insustentável de funcionamento por que passava o RU
antes da paralização.
Agora,
mudando um pouco a perspectiva, o que mais nos intriga é o fato da comunidade
acadêmica, em geral, ter se chocado mais com o movimento de ocupar o
restaurante que com as várias denúncias apresentadas sobre todas as
irregularidades de funcionamento, armazenamento impróprio de alimentos e falta
de higiene do local; que com as variadas quebras de contrato apresentadas por parte
da empresa Sabor & Arte; que com o trabalho falho, e explicitado, do Conselho
Gestor em fiscalizar e administrar o funcionamento apropriado do restaurante;
que com o fato de um grupo de estudantes há cinco anos lutar por meio de todas
as vias institucionais pelo melhoramento do Bandejão e, só agora, após ter
conseguido nada, partir para uma ação que foge aos trâmites legais. Não parece
haver uma inversão de lógica? Conseguimos parar a Universidade por três dias,
mas as pessoas foram incapazes de parar pra pensar nos motivos que nos levaram
a isto por um dia que seja. Por isso, ao vermos a Reitoria pedir “que os estudantes possam compreender a
necessidade do retorno imediato das atividades do Restaurante Universitário”,
nos perguntamos: “retornar daquele jeito?!”.
No mínimo, isso é um absurdo!
Temos o outro
lado da história, onde parece ser mais sensato o apoio da comunidade,
principalmente estudantil, à nossa causa. Onde parece mais justa a união da
categoria estudantil em torno de seus próprios interesses e em torno de
interesses coletivos – a questão Bandejão deve ser entendida assim. Sem essa de
“caprichos pessoais”, pois Fim do
Burguesão para que verdadeiramente se produza um Bandejão de Qualidade é demanda
universitária, tanto para um projeto de universidade popular quanto, sobretudo,
para validar aquela que seria “uma das
mais efetivas políticas de permanência dentre as universidades públicas
brasileiras”, e não puro interesse de “um
restrito grupo de estudantes”.
Na atual
conjuntura, podemos até falar de como se torna desnecessário a existência de um
DCE em nossa universidade. Os estudantes, de modo geral, deveriam se unir assim
que necessitassem concatenar forças, e, quando um movimento social surgisse,
estes deveriam o apoiar – e não ser como vemos hoje em dia, quando o grupo
virtualmente representativo do segmento estudantil visivelmente esbarra num
processo de luta, com que intenção outra senão de uma politicagem mesquinha. Não
os permitiremos conquistar essa pauta, pois nós é que devemos mostrar este serviço
– este parece ter sido o pensamento de quem faz parte do DCE durante todo esse
tempo.
Já tivemos
sim, nesse processo, nossa pauta distorcida por interesses políticos do DCE;
projeções de negociações e de conquistas foram atrasadas, não uma vez, por
articulações às escondidas entre o DCE e a gestão Mais Uefs – como ocorrido
recentemente; e tivemos toda a sorte de prejuízos imaginada que poderia ter sido
acarretada ao comprarmos essa briga em nome de nossos objetivos por melhorias.
Sabemos,
Reitoria, o quanto somos impertinentes ao desestabilizar a consensual praxis da gestão Zé Carlos. Sabemos,
DCE, como somos inconvenientes demonstrando sua incapacitada representação
estudantil. Sabemos, Reitor, o quanto não somos “violentos e unilaterais” e o quanto é falseada sua disposição e
crença no diálogo. Sabemos, DCE, que uma universidade não se constrói de
palavras vagas e apitos, mas sim de luta e movimento. Sabemos, Zé Carlos, quão
distorcida foi sua, auto-promovida, “busca
de canais de diálogo e de negociação” com o Coletivo. Também sabemos, DCE,
que uma instância que mal se representa não tem condições de representar estudante
algum. Não ajuda, também não atrapalha!
“É chegada a hora de pensar não em desocupar,
mas em pressionar a Reitoria para que a pauta seja conquistada.”
Feira de Santana, 4 de julho de 2012
COLETIVO RAPINAGEM
quinta-feira, 14 de junho de 2012
FIM DO BURGUESÃO = FIM DA OCUPAÇÃO
Na última terça 12 de junho, o
Coletivo Rapinagem completou dois meses de existência e ocupação. As pautas que
este propôs têm sido amplamente debatidas pelos vários setores da Universidade:
ADUFS, SINTEST, DCE e Administração Central, que realizaram nas duas últimas
semanas reuniões e Assembleias pautando unicamente a situação do Restaurante
Universitário/Bandejão. Fato jamais ocorrido na história desta instituição, o
RU nunca foi pauta de discussão dentro de algumas destas esferas, tendo isto
ocorrido exclusivamente pela pressão causada pelo coletivo que atualmente ocupa
o self-service/Burguesão.
Apesar da exclusão formal do Rapinagem nesses ambientes de discussão
e deliberação - e das distorções ocorridas em determinadas pautas por parte do
DCE - algumas dessas já estão asseguradas como: o funcionamento aos finais de
semana, o aumento das cotas e bolsas alimentação e a formação de uma Comissão
de Fiscalização fixa, dentro do restaurante, para assegurar a qualidade da comida
servida, da higienização e das condições físicas do ambiente. Também um grupo de
estudos sobre a Gestão Pública já foi acatado pelo Reitor. As únicas pautas emperradas
são: fim do Burguesão e não retaliação/criminalização ao Coletivo, por não
haver consenso entre as partes e resposta da Reitoria, respectivamente.
No último dia 06 de junho, ocorreu
reunião entre as entidades representativas da Universidade na Reitoria. A ADUFS,
antes contrária ao ponto de pauta, posicionou-se a favor do fim imediato do Burguesão,
em concordância com o deliberado pelos estudantes em AGE. O SINTEST também
se mostrou favorável, no entanto, após o fim do contrato. Houve destaque para a
injustificável ausência do DCE, suprida pela real participação estudantil – de
estudantes autônomos a DA’s e NENNUEFS.
Reafirmamos que, como declaramos desde o início desta
ocupação, o fim do Burguesão é pauta primordial, da qual depende a resolução
dos impasses. Afinal de contas, ocupamos o Burguesão exigindo o seu fim. Pelo
já exposto, sem isso, não arredamos o pé!!! Continuamos viv@s, ativ@s e
combativ@s!!!
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Um Sonho de Comer*
Que quer dizer sonhar com frango, irmão?
Que quer dizer sonhar com frango, irmão?
Que o
Bandejão tá parado
'Inda há
Ocupação
Que
quer dizer sonhar com arroz, irmão?
Que a
luta não acabou
José
deixa todos na mão
Que
quer dizer sonhar com prato
talher,
guardanapo
mesa
vazia
barriga
vazia
vazia
vazia
Que é
isso, irmão?
Irmão,
Que é
sonhar com feijão
comida
boa
Burguesão
O que é
sonhar de comer e passar mal?
Que
quer dizer sonhar com pêra
uva,
maçã
com
salada mista
Que
quer dizer, irmão?
Sonhar
com carne
alface,
tomate
café,
almoço
janta
Que é
sonhar um sonho de comer?
(Serra,
Eduardo - 05/06/12)
*Aos dois meses de Coletivo Rapinagem.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Ainda queremos negociação! (Carta à Reitoria da UEFS)
Ainda queremos negociação!
Este documento tem como
finalidade destacar nossas pautas de reivindicação, reafirmá-las e dialogar conjunturalmente
com os novos sentidos e respostas das instancias representativas universitárias
e reitoria ao nosso movimento. Através deste, queremos evidenciar que o
Coletivo Rapinagem não concorda com a forma como as negociações estão sendo
conduzidas, por considerar a distância entre os pontos de pauta reivindicados
pelo movimento e aqueles apresentados pelos pretensos mediadores que sequer são
considerados legítimos por nós, na medida em que a pauta trazida pelo Rapinagem
não se confunde nem se limita à pauta que, via DCE, tem sido apresentada à
Reitoria. Razão pela qual, sequer consideramos as reuniões daí decorrentes
como, de fato, uma negociação, uma vez que os atores centrais no processo (a
ocupação) têm sido tangenciados. Daí, a intenção de, novamente, resgatar a
discussão aos sujeitos passíveis de apresentar solução aos impasses postos, explicitando
as pautas a serem debatidas na ocupação com a administração central.
Pretendemos com isso alertar para
os rumos distorcidos que vem assumindo o atual processo de negociações. Existe
uma ocupação acontecendo há cinquenta dias na UEFS e a postura da administração
superior de desconsiderar os membros deste movimento como dialogadores possíveis
e legitimar apenas as instâncias representativas neste processo estabelece uma
situação de impasse em que cada vez mais se distanciam as possibilidades de uma
solução efetiva para a crise que ora a
universidade atravessa. Alertamos para o fato de que mesmo atendendo as pautas
sustentadas pelo DCE, que não se confundem com as nossas, o restaurante
continuaria inviabilizado pela ocupação, as pautas que ora sustentamos
continuariam sendo sustentadas e a fome que hoje atinge a comunidade acadêmica
continuaria sem uma solução possível.
Diante da análise exposta,
reafirmando que o espaço continua ocupado até uma negociação direta com
soluções concretas e imediatas para além de promessas assinadas em papéis,
pontuamos nossas verdadeiras pautas e os possíveis caminhos no avanço de
diálogo mais propositivo, que não se confunde com repetições de palavras,
termos e compromissos como a reitoria já apontara no mês que passou. Sendo
assim, seguem no transcorrer deste documento nossas pautas revisitadas sob um
olhar conjuntural crítico do momento histórico que nos encontramos:
1-Não retaliação ao movimento e às pessoas do movimento (Contra a
Criminalização dos Movimentos Sociais!) – No decorrer do processo de
ocupação, os sujeitos envolvidos diretamente nesta passaram a sofrer
retaliações e criminalizações das mais diversas com um sentido coercivo e
autoritário, e por si só injustificáveis. Bolsas foram cortadas e/ou
remanejadas de setores, a citar-se as modalidades de bolsa auxílio alocadas no
Biotério, Comissão de Boas Práticas e Conselho Gestor do próprio Restaurante
Universitário (setores ironicamente relacionados diretamente com nossa
reinvindicação). Além disso, falas docentes em sala de aula, declarações em
conselhos departamentais e encaminhamentos da própria associação docente desta
universidade, demonstram que criminalizar o coletivo institucionalizou-se
enquanto política declarada de uma parcela da comunidade universitária.
Pontuamos que nossas reivindicações perpassam por outras questões, porém,
colocamos como sinequanon a relação
entre uma possível desocupação e a garantia de que nenhum membro deste coletivo
seja (agora e/ou posteriormente) retaliado, perseguido ou constrangido em
consequência deste movimento.
2-Funcionamento nos finais de semana – Alertamos que este ponto já era pauta da
residência universitária devidamente exposta e declarada há pelo menos 3 anos;
salientamos que o funcionamento nos fins de semana é uma das pautas que deve
ser garantida imediatamente. Estudos de demanda já foram feitos pelo próprio conselho
gestor, porém mesmo sem estudos consultivos já existe a sinalização empírica da
necessidade de muitos moradores da residência universitária, estudantes do
Feira VI e de estudantes que frequentam a universidade aos sábados, de se
alimentarem nos finais de semana, feriados e feriadões. Sendo assim, defendemos
a garantia de que esse funcionamento seja efetivado imediatamente com uma cota
mínima inicial de 300 refeições diárias.
3-Aumento e Gestão das Cotas Integrais e Parciais – Como uma de
nossas pautas, a garantia das cotas integrais para todos os moradores da
residência (residentes e excedentes) caminha no sentido de permanência
estudantil. Exigimos esta garantia histórica que nos foi retirada. Juntamente
com isso, pautamos o aumento das cotas integrais que atualmente são
disponibilizadas para comunidade não residente por meio de avaliação
socioeconômica, de modo que os alunos cotistas possam ser contemplados com
maior prioridade. Para, além disso, não abrimos mão do incremento substancial
representado pela expansão gradual das cotas integrais e parciais, tendo em
vista que a UEFS vem ofertando novos cursos e aumentando consideravelmente suas
matrículas, o que só expande a demanda dos e das estudantes, há muito
represada, pelo acesso às políticas de alimentação entendidas enquanto
políticas de assistência e permanência estudantil.
4-Pelo fim do Burguesão – Esta ocupação não vê mais nenhuma viabilidade
em retorno do self-service neste espaço. Nosso entendimento é de que a
existência do (burguesão) self-service
precariza a qualidade da alimentação servida no bandejão, seja pelo
compartilhamento da cozinha, da despensa
e dos funcionários, seja pela própria
natureza de um serviço pago oferecido pela mesma empresa ao lado do serviço ofertado no bandejão, cuja
precarização cada vez mais acentuada é
correspondente às necessidades lucrativas do
self-service. Avaliamos que não é função deste movimento definir onde
outras categorias ou mesmo certa
parcela da categoria estudantil poderá
se alimentar a partir do fim do self-service
e que se
a universidade se propõe a manter um sistema de bandejão e
que este seja de qualidade,
parece contraditório que o mesmo já traga em anexo um serviço de melhor qualidade.
5-Núcleo Permanente de Fiscalização e Conselho Gestor do R.U. – Destacamos
sobre o núcleo permanente de fiscalização, que este deve ater-se a sua função
fiscalizadora deixando os aspectos relacionados à gestão contratual sob
responsabilidade do Conselho Gestor e Reitoria. Este núcleo deverá ter sede
fixa e atuação permanente fiscalizando as atividades do restaurante como
deveria ser feito pela ineficiente comissão de boas práticas. Deve caber a este
núcleo encaminhar proposições, críticas, sugestões e denúncias ao Conselho Gestor
do R.U., já este deve ser repensado, com permanência das representações
estudantis que hoje o compõe e as suas funções não devem ser esvaziadas nem
transferidas para o Núcleo Permanente de Fiscalização. Pontuamos que se
estabeleçam prazos definidos com relação ao início deste núcleo, bem como os
profissionais que o comporão.
6- Por outro modelo de restaurante com caráter público e estatal – Que
o Conselho Gestor do R.U. tenha como principal ponto de pauta permanente a Gestão Pública, visando um modelo em que a gerência administrativa do
restaurante seja feita pela própria universidade. Apontamos para possibilidades
de organização institucional, baseadas em modelos de outras universidades que
ora analisamos, em que desde a aquisição de alimentos até a contratação de
serviços terceirizados ( referentes a
funções não mais preenchidas via
concurso público estatal), haja uma
gerência feita pela UEFS. Desta forma, haveria uma reorientação da
destinação dos recursos estatais que atualmente são voltados à manutenção de um
contrato com uma prestadora de serviços via processo licitatório; sendo que
adotaríamos um modelo de gestão pública com
a Uefs gerindo o Restaurante
Universitário diretamente, estando
a implementação desta medida
vinculada ao comprometimento da universidade quanto à definição da ação gerencial propriamente dita, ficando o
Conselho Gestor encarregado de apreciar
e decidir a forma mais adequada para a efetivação desta gestão
no âmbito institucional.
7-Ampliação do espaço físico e o novo restaurante universitário – Em
decorrência das mobilizações do ano passado, em julho a uninfra nos apresentou
um projeto de ampliação e reestruturação do espaço físico do atual bandejão,
com previsão para conclusão em 12 meses, contando a partir da data exposta. O
fato é que passaram-se 10 meses após compromisso estabelecido em forma
documentada e nem ao menos um tijolo foi movido para se alcançar esse fim.
Agora tentam nos convencer de que até o primeiro semestre de 2013 essa etapa
reformista será garantida, ou seja, mais um ano de assento e espera para uma
resolução viável desta pauta. Somos movidos pelos exemplos históricos em torno
dessa pauta a defender o início, ou a fixação de prazo deste imediatamente, das
obras de ampliação do referido restaurante. Com relação ao espaço destinado ao
novo restaurante universitário, gostaríamos de maiores esclarecimentos quanto
às obras que foram iniciadas naquele espaço em decorrência da ocupação, e a
exposição dos prazos previstos, já solicitados inicialmente, para continuidade
da construção.
Feira de Santana, 31 de
maio de 2012
Coletivo Rapinagem
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